Basta uma porta fechada repentinamente, um tropeço no ambiente doméstico, uma queda no escorregador do parquinho. Ao explorarem o mundo, em sua natural agitação, as crianças podem sofrer fraturas, sendo bastante comuns ocorrerem em seus dedinhos, punhos e antebraço.
Como identificar a fratura?
A dor é imediata, aumentando ao menor movimento. Pode haver deformidade aparente, inchaço, hematomas ou, ainda, movimentação anormal do osso. A criança costuma chorar bastante, mais do que depois de um tombo qualquer. Um outro indicio de fratura é a proteção que a criança passa a ter com o local, deixando de usar a mão ou deixando de apoiar o punho.
Diante da suspeita de fratura, o adulto deve ajudar a criança a deixar o membro imobilizado, aplicando gelo no local para alívio da dor e do inchaço, e levá-la imediatamente ao pronto atendimento para avaliação do ortopedista.
A criança vai ficar bem?
Na maioria dos casos, as fraturas em mãos e punhos de crianças são tratadas de maneira conservadora. Quando não há grandes desvios, são usadas talas de gesso, gesso circular ou gesso sintético para imobilização do local durante algumas semanas, de modo que ocorra a cicatrização óssea. Se há desvios significativos, antes da imobilização a fratura necessita de redução, isto é, os fragmentos ósseos precisam ser colocados no lugar através de uma manobra rápida feita pelo ortopedista especialista.
Contudo, em casos mais graves, como fraturas instáveis (aquelas que não ficam no lugar) ou expostas (onde há um ferimento na pele), fraturas que afetam nervos ou artérias, é necessária a internação da criança para realização de cirurgia. Podem ser usados pinos, hastes, placas ou fixadores para o adequado posicionamento dos ossos.
É tranquilizador saber que a criança tem uma capacidade de remodelação óssea maior que os adultos, por estar em fase de crescimento. Normalmente, com o passar dos anos, a cicatriz da fratura fica imperceptível em radiografias, mesmo perante os olhos do especialista.
O que fazer para uma boa recuperação?
Após o procedimento de emergência, é muito importante fazer o seguimento com um ortopedista especialista em mãos. Ele fará o acompanhamento da consolidação óssea através de exames periódicos de raio-x, certificando-se que os ossos estão cicatrizando no lugar e ângulo corretos, e indicará o momento certo da retirada do gesso, bem como a necessidade de fisioterapia para plena recuperação da força e movimentos dos dedinhos, punhos e bracinhos das crianças.
Conte com o apoio e orientação do especialista em mãos. Porque mãos dadas podem mais.
Dr. João Nakamoto
CRM 104.340
Formado em Medicina pela USP e especializado em Ortopedia e Traumatologia e em Cirurgia da Mão pela USP, responsável pelo Grupo de Mão e Microcirurgia da UNICAMP, médico do Núcleo de Cirurgia da Mão do Hospital Sírio Libanês e médico do Grupo de Mão do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.